quarta-feira, 4 de maio de 2011

COMPANHIA PORTUGUESA DE BAILADO CONTEMPORÂNEO













A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo (CPBC) foi fundada em 1998 por Vasco
Wellenkamp e por Graça Barroso como companhia de repertório original e tendo como princípio gerador a constituição de um espaço para a criação contemporânea.


Convidada a estrear-se no “Festival de Niterói”, no Brasil, onde integrou as Comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos, a CPBC fez o seu primeiro espectáculo em Portugal na Expo98 e foi reconhecida oficialmente em Janeiro de 1999, obtendo o apoio do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal de Lisboa e da Câmara Municipal de Cascais.



O repertório da CPBC, criado por Vasco Wellenkamp e por outros coreógrafos convidados — Nils Christe, Rui Lopes Graça, Gagik Ismailian, Henri Oguike, Rita Judas, Nathalie Bard, Tíndaro Silvano, David Fielding, Rami Levi, Darshan Singh Buhller, Ronald Malzer, Jan Linkens, Benvindo Fonseca, Barbara Griggi, Pedro Goucha Gomes, Cláudia Nóvoa, Patrick Delcroix, Clara Andermatt, Denise Namura e Michael Bugdahn — em colaboração com artistas de diversas áreas e com um grupo de bailarinos de grande qualidade técnica e artística, construiu, ao longo dos últimos dez anos, uma identidade que é hoje reconhecida nacional e internacionalmente pelos públicos e pela critica de dança contemporânea.


Para além dos espectáculos que realiza em Lisboa, Cascais e Área Metropolitana de Lisboa, a
companhia apresenta-se com regularidade anual em todo o país e é convidada a fazer parte da programação de vários teatros internacionais:


No Brasil, apresentou-se no “Festival de Niterói” (1999), no “Festival Internacional do Rio de
Janeiro” (2000), e no Teatro Guaíra, em Curitiba (2002).


Em Itália, esteve no “Festival de Villa Massima”, em Roma, no Anfiteatro Romano de Terni, no Teatro dei Grandi Fiumi, em Rovigo (2003), no Teatro Metropolitan de Palermo, no Teatro Salieri, em Legnago, no Teatro Morlacchi, em Perugia, no Teatro Toniolo, em Mestre (2005), no Teatro Comunale Francesco Cilea, na Reggio Calabria, no Auditorio Conciliazione, em Roma, e no Teatro Verdi, em Pádova (2007).


Em Espanha, participou no Festival “Madrid en Danza 2002” e na Gala de Inauguração do “Festival de Madrid” (2003) e actuou no Teatro Principal, em Valência, no Palau Altea - Centre dʼArts, em Altea (2002), e no Centro Cultural de la Villa, em Madrid (2006 e 2010). Para o Teatro Calderón, em Valladolid (2003), co-produziu e apresentou, em estreia mundial, a obra “A lua vai pelo céu com um rapaz pela mão” de Vasco Wellenkamp sobre poemas de Federico Garcia Lorca.



Em Viena de Áustria, participou na Gala do Otr-Osterreischish Tanzrat com o bailado “Relação” de Ronald Malzer (2004).



Na Alemanha, a companhia esteve no Tanztheatre, em Osnabrück (2002), e levou a produção
“Amaramália” ao Theater Im Pfalzbau, em Ludwigshafen, ao Teo Otto Theather, em Remscheid, e ao Burghof Lörrach, em Lörrach (2006).


No Luxemburgo, actuou no Théâtre de la Ville (2006).


Nos Estados Unidos da América, a companhia dançou “Amaramália” no Joyce Theater, em Nova Iorque (2004), no Whitman Theater, em Brooklyn, no Pepsico Theather, em Purchase, e no Zeiterion Theather, em New Bedford (2005). Em 2007, a CPBC foi convidada a apresentar-se novamente no Joyce Theater.


Em Israel, apresentou-se no “Festival de Telavive” no Suzanne Dellal Centre For Dance and Theatre, em Telavive (2007).


Em Maio de 2011, a CPBC apresentou-se no XXII Festival das Artes de Macau.



Paralelamente à sua programação regular e em colaboração com a Câmara Municipal de Cascais e com a Área Metropolitana de Lisboa, a companhia desenvolve um programa pedagógico que inclui a criação de obras especialmente concebidas para crianças, a apresentação de espectáculos e colóquios nas escolas e a realização de workshops de movimento. ~



Foto: Rodrigo César





























VASCO WELLENKAMP
Direcção Artística

Vasco Wellenkamp iniciou os estudos de bailado em 1961 com Margarida de Abreu e Fernando Lima, no Grupo Verde Gaio. Em 1968, ingressou no Ballet Gulbenkian. De 1973 a 1975, foi bolseiro do Ministério da Educação em Nova Iorque, na Escola de Dança Contemporânea de Martha Graham, onde se formou em Dança Moderna. Ainda em Nova Iorque, frequentou o curso de composição coreográfica de Merce Cunningham e trabalhou com Valentina Pereyslavec no American Ballet Theatre. Em 1978, como bolseiro da Fundação Gulbenkian, frequentou o curso para coreógrafos e compositores da Universidade de Surrey, em Inglaterra. De 1977 a 1996, desempenhou as funções de Coreógrafo Residente, Coreógrafo Principal, Professor de Dança Moderna e Ensaiador do Ballet Gulbenkian, para o qual coreografou mais de 40 obras. Em 1975, foi nomeado Professor de Dança Moderna da Escola de Dança do Conservatório Nacional e, em 1983, Professor Coordenador da Escola Superior de Dança de Lisboa, da qual foi Presidente do Conselho Científico. Vasco Wellenkamp tem sido convidado por várias companhias estrangeiras a criar novas obras coreográficas: no Brasil, coreografou para o Ballet do Teatro Municipal de São Paulo, o Ballet de Niterói, a CIA Cisne Negro e o Ballet Guaíra, na Argentina, coreografou para o Ballet Contemporâneo do Teatro San Martin, na Inglaterra, para o Extemporary Dance Theater, o Dance Theater Comune e a Companhia Focus On, na Suíça, para o Ballet du Grand Theatre de Gèneve, em Itália, para o Balleto di Toscana e, na Croácia, para a Companhia de Bailado do Teatro de Zagreb, entre outras. Em Janeiro de 1999, criou a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo. De Outubro de 2007 a Outubro de 2010, assumiu a Direcção Artística da Companhia Nacional de Bailado e do Teatro Camões. Foi Director Artístico do Festival de Sintra de 2003 a 2007. Em Novembro de 2010 retomou o cargo de Director Artístico da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo.
Vasco Wellenkamp recebeu por duas vezes o Prémio de Imprensa (1974 e 1981). Foram-lhe ainda atribuídos os Prémios do Semanário Sete (1982), da Revista Nova Gente (1985 e 1987) e da Rádio Antena 1 (1982). Em 1996, foi galardoado com a medalha de ouro e o prémio para o melhor coreógrafo, no II Concurso Internacional de Dança do Japão, com a obra A Voz e a Paixão. Em 1993, a 10 de Junho, dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, por sua Excelência o Senhor Presidente da República, Dr. Mário Soares por “Serviços Relevantes a Portugal, no País e no Estrangeiro”.


AMARAMÁLIA
excertos

Coreografia Vasco Wellenkamp
Música Música Original de Carlos Zíngaro e Fados de AmáliaRodrigues
Figurinos Liliana Mendonça
Luzes Orlando Worm
Intérpretes Meu Amor — Cláudia Sampaio e Fábio Pinheiro
Barco Negro — Patrícia Henriques e Gustavo Oliveira

Na Gala CrescerSer a CPBC irá apresentar dois excertos do bailado Amaramália. Trata-se de dois duetos: Meu Amor, Meu Amor a partir do fado com letra de José Carlos Ary dos Santos e música de Alain Oulman e Barco Negro a partir do fado de Caco-Velho e Piratini com letra de David Mourão Ferreira.

Mestre do Sentimento português

“Amaramália” começa com um conjunto de pares distribuídos por uma espécie de salão de baile saído de um tempo de neblinas. A atmosfera criada por essa primeira imagem remete desde logo para um encontro dos dois princípios fundadores do mundo, o feminino e o masculino. (...). Fiel a uma poética profundamente lírica, Wellenkamp coloca os pares numa linha dramática fluida, que se quebra em descontinuidades sensíveis, como pontos de fractura numa eterna história de amor. «Meu amor, meu corpo em movimento»: entre dois corpos existe um hiato, um tempo de tensões e de desejos, uma vida inscrita num tempo datado. Um tempo que se esboroa nos corpos que envelhecem. Em palco representam-se os encontros dos corpos, levados ao paroxismo por arrebatamentos que quebram as uniões, que transferem as linhas do desejo para os exercícios do poder. Há também silêncios rasgados por gritos colectivos. Vasco Wellenkamp revela o tempo da história de Portugal nos últimos 50 anos, esse tempo plasmado também nas canções de Amália, aqui musicalmente unificadas por Carlos Zíngaro. Imerso num ambiente não exactamente nocturno, mas antes numa atmosfera de penumbras, o espectador descobre a dança no lugar entre a sombra e a luz. Na verdade, Wellenkamp opera magistralmente nesta região; ou seja, a sua escrita coreográfica é inovadora, não por subverter ou transgredir os códigos da dança teatral — o que não faz —, mas sim por esculpir o movimento e os corpos na fronteira entre a sombra e a luz, entre o silêncio e o som. É nesta região ampla que ele explora os planos dramáticos das frases coreográficas, desde o nível do solo às zonas aéreas do palco. Esta nova versão do bailado «Amaramália» é a síntese de três diferentes coreografias que, entre 1990 e 1994, o coreógrafo foi convidado a criar para três importantes Companhias Europeias de Dança (Ballet du Grand Theatre de Genève, Ballet Nacional da Croácia e Ballet Gulbenkian). «Amaramália» é assim o corolário adequado para a CPBC dirigida por Wellenkamp e por Graça Barroso. Treze intérpretes dão corpo a esta síntese magnífica, que expõe à sua maneira uma retórica portuguesa original. Wellenkamp tem uma maneira de trabalhar e de compor marcada por uma autenticidade que não pode ser ignorada. Na verdade, mestre na construção de conjunto, o coreógrafo não se rendeu à mera ilustração das canções de Amália, mas usou-as como substância da sua própria poética. O resultado projecta o fado português, ecoa no coração do espectador e transporta o aroma de Lisboa a outros lugares do mundo.
Daniel Tércio, 06/04/2005


CPBC Direcção Artística: Vasco Welenkamp e Graça Barroso; Assistente de Direcção: Liliana Mendonça; Ensaiadoras: Susana Lima, Cláudia Sampaio; Bailarinos: Emílio Cervelló, Raquel Dias, Patrícia Henriques, Susana Lima, Ricardo Freire, Liliana Mendonça, Ana Rocha Néné, Gustavo Oliveira, Fábio Pinheiro, Rita Reis, Isadora Ribeiro, Jose Román, Guzmán Rosado, Cláudia Sampaio; Professores Convidados: Jan Linkens, Pascale Mosselmans, Gagik Ismailian; Pianista Convidada: Mercedes Cabanach; Produção: Tatiana Guedes; Departamento Financeiro: Margarida Casa Nova; Imagem: Ana Natividade; Direcção de Cena: Tatiana Guedes; Técnico Responsável: Henrique Martins; Técnica de Luz: Galina Lukianovich; Guarda-roupa: Amália Rodrigues

FICHA TÉCNICA

Direcção Artística
Vasco Wellenkamp
Graça Barroso

Assistente da Direcção Artística
Liliana Mendonça

Ensaiadoras
Susana Lima
Cláudia Sampaio


Bailarinos
Emílio Cervelló
Raquel Dias
Ricardo Freire
Patrícia Henriques
Susana Lima
Liliana Mendonça
Ana Rocha Néné
Gustavo Oliveira
Fábio Pinheiro
Rita Reis
Isadora Ribeiro
Guzmán Rosado
Cláudia Sampaio

Professores Convidados
Jan Linkens
Pascale Mosselmans
Gagik Ismailian

Pianistas Convidados
Mercedes Cabanach

Produção
Tatiana Guedes

Departamento Financeiro
Margarida Casa Nova

Imagem
Ana Natividade

Direcção de Cena
Tatiana Guedes

Técnico Responsável
Henrique Martins

Técnica de Luz
Galina Lukianovich

Guarda-roupa
Amália Rodrigues

CONTACTOS

Rua do Açúcar, 31-35
1950-006 Lisboa
t. +351 21 394 04 60
t. +351 21 394 10 10
fax +351 395 14 28
geral@cpbc.pt
www.cpbc.pt

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